Pará e China aprofundam parceria para ferrovia
Assinatura
define as atribuições e responsabilidades das partes envolvidas
Airton
Xavier
Por:
Portal ORM, com informações de O Liberal 29 de Novembro de 2017 às 07:08
Atualizado em 29 de Novembro de 2017 às 11:18
Pará e China colocaram no papel a
parceria firmada para aprofundar estudos visando à construção da Ferrovia
Paraense, um dos maiores projetos de infraestrutura e logística do governo
paraense na atualidade.
Em Brasília, o governador Simão
Jatene; o secretário de Desenvolvimento Econômico e Mineração, Adnan Demachki,
e o senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA) estiveram reunidos com representantes da
China Railways Corporation (CREC nº 10) e do Clai-Fund e assinaram um Memorando
de Entendimento (MOU, na sigla em inglês). A assinatura aconteceu na Embaixada da
China e contou com a presença do embaixador chinês no Brasil, Li Jinzhang, que
possibilitou o encontro.
Os MOUs (Memorandum of
Understanding) são acordos de cooperação e troca de informações firmadas entre
reguladores de valores de diversos países do mundo que também definem o papel
das partes envolvidas, as atribuições e as responsabilidades. A partir de
agora, os representantes da empresa asiática receberão todos os documentos e
projetos, de forma a promoverem os estudos necessários para avaliação da participação
da empresa na licitação que vai construir a ferrovia.
A CREC nº 10 é uma das maiores
construtoras de ferrovias do mundo, com uma receita de 100 bilhões de dólares e
15 mil funcionários. Já o Clai-Fund é um Fundo de investimentos chinês para a América
Latina. No encontro, estavam presentes alguns dos principais membros das duas
empresas. Han Deping, diretor-geral do Clai-Fund e Song Jingjing, diretor-geral
da CREC.
O governador Simão Jatene resumiu
o ato como “mais uma prova que reflete a confiança que o Pará inspira em
parceiros internacionais”. “Nosso estado está economicamente equilibrado e isso
atrai investidores”, afirmou o governador. Para Jatene, “um projeto como esse
não se resolve estalando os dedos, mas, sim, com bons parceiros internacionais
e um grande volume de recursos”.
“Para aqueles que vierem
argumentar que o mandato está terminando e que o projeto da ferrovia não estará
pronto até o final do governo Jatene, eu digo que pessoas assim nunca serão
capazes de realizar projetos consistentes, de médio e longo prazos, que
beneficiem o estado”, afirmou o governador. “Estamos regando uma semente que já
foi plantada e que representa uma excelente alternativa para o engrandecimento
da produção do Pará e do Brasil”, concluiu.
A Ferrovia
A Ferrovia Paraense cortará o
Estado de Sul a Norte em 1.312 quilômetros, conectando-se com a Ferrovia
Norte-Sul, permitindo que esta chegue até o Porto de Barcarena, que no Brasil é
o mais próximo dos grandes mercados consumidores como China, Europa e Estados
Unidos.
O custo do projeto é estimado em
R$ 14 bilhões, considerando investimentos na construção da própria ferrovia e
de entrepostos de carga. A interligação da Ferrovia Paraense com a Norte-Sul,
num trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará (PA) e Açailândia
(MA) – trecho final da Norte-Sul – abre caminho para uma nova alternativa de
escoamento de carga em um porto paraense, e é um dos atrativos do projeto para
a iniciativa privada. A Ferrovia Paraense cruzará 23 municípios paraenses e terá
capacidade de carga de até 170 milhões de toneladas/ano.
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