domingo, 29 de maio de 2016

Relações homoafetivas legais



Registro de uniões homoafetivas cresce mais em São Paulo e Minas
  • 28/05/2016 20h20
  • Brasília
Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil
Desde que a união estável para casais do mesmo sexo foi reconhecida como entidade familiar, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2011, o número de uniões homoafetivas registra aumentos constantes nos cartórios do país. Dos 608 casos em 2011, o número evoluiu para 1.288 no ano passado, com aumento de 112% no período, a maioria nos estados de São Paulo e Minas Gerais, de acordo com dados do Colégio Notarial do Brasil, seção São Paulo – entidade que congrega os cartórios de notas.

A partir de 2012, São Paulo é o estado que registra o maior número de uniões estáveis homoafetivas, seguido sempre por Minas Gerais. Apenas nos cinco primeiros meses de 2016 foram registradas 358 uniões homoafetivas no país, das quais 76 em São Paulo, o que corresponde a 21% do total do país. No mesmo período, Minas Gerais registrou 69 uniões, representando 19% do total.

Com o reconhecimento, casais homossexuais têm os mesmos direitos e deveres das uniões estáveis entre homem e mulher, como direito a pensão e herança. O presidente do Colégio Notarial do Brasil, seção São Paulo, Andrei Guimarães Duarte, diz que o crescimento das uniões está relacionado, principalmente, à busca da garantia dos direitos pelos casais.

“A pessoa verifica a necessidade de que sua relação e direitos sejam determinados e de fácil prova. O impacto é grande em algumas situações, como ser beneficiário de plano de saúde, divisão de patrimônio. Ao regular a relação patrimonial evita-se, inclusive, litígios futuros”, disse ele.

A escritura de união estável permite, por exemplo, comprovar a existência da relação e fixar a data de início da união, estabelecer o regime de bens aplicável à relação, regular questões patrimoniais, garantir direitos perante órgãos previdenciários para concessão de benefícios e permitir a inclusão do companheiro como dependente em convênios médicos, odontológicos, de clubes e outros.

Os estados do Amapá, Alagoas e Rondônia estão entre os que menos registram esse tipo de união desde 2011. O Rio Grande do Norte mais que dobrou o número de uniões estáveis homoafetivas de 2014 para 2015, subindo de 14 para 30 casos.

Uma hipótese para essa variação entre os estados brasileiros, segundo Andrei Guimarães, é o acesso da população à informação. “Talvez em alguns locais a informação não esteja chegando à população como deveria, conscientizando sobre os benefícios que a união estável pode gerar. Pode-se levar em conta também o grau de desenvolvimento social e o acesso da população aos serviços públicos”, avalia ele.

O STF reconheceu a união estável para casais do mesmo sexo, como entidade familiar, em 2011. Entretanto, os cartórios de todo o Brasil só passaram a ser obrigados a registrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo em maio de 2013, após resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça.
Edição: Stênio Ribeiro

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Postos explodindo



Inquérito do MP investiga causas de explosões em Portel
Familiares de vítimas de explosões foram ouvidos nesta sexta, 6. ANP confirmou combustível irregular e posto teve a bomba interditada.
Do G1 PA




O Ministério Público do Pará ouviu nesta sexta-feira (6) depoimentos relacionados ao caso das explosões ocorridas em Portel, na ilha do Marajó, no nordeste do Pará. A suspeita das autoridades é que as explosões estejam relacionadas ao manuseio de combustível adulterado durante o uso de lamparinas na zona rural do município. O posto Posto Cidade de Portel, suspeito e fornecer o combustivel, teve uma bomba interditada nesta sexta após análise da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

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Um menino de 12 anos morreu após uma das explosões, ocorrida no final de abril. A mãe dele segue internada em estado grave no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) em Ananindeua. O MPPA ouviu nesta sexta os representantes do Posto Cidade de Portal e um servidor da ANP, além de familiares de vítimas de explosões que relataram a existência de até seis casos ocorridos no município, segundo o Promotor da Comarca de Portel, André Cavalcante.

"Nossa maior dificuldade no momento é localizar as vítimas, por isso, fazemos campanha no município pedindo para que as pessoas compareçam para prestar depoimentos dos casos e enviamos solicitações aos Hospitais de Breves, Portel e ao Hospital Metropolitano pedindo a relação de pacientes com queimaduras atendidos e que são oriundos de Portel. Com esses dados, ´pretendemos mapear as vítimas e estimar melhor quantas situações efetivamente ocorreram", disse Cavalcante.

O promotor informou ainda que vai se reunir no próximo final de semana com o delegado Paulo Junqueira, responsável pelo inquérito criminal, para que ambos possam compartilhar as provas colhidas e juntar elementos que possam acrescentar na investigação de ambos. O Prefeito Vicente de Oliveira informou que também presta apoio às vítimas e também quer a solução do caso, para que os responsáveis pela adulteração do combustível sejam punidos.

Bomba interditada

A ANP informou nesta sexta que fiscais do órgão confirmaram a existência de diesel fora das especificações de qualidade no Posto Cidade de Portel. Uma das bombas do posto foi interditada pelo órgão, que também apreendeu o combustível irregular. Um dos sócios e o gerente do estabelecimento foram ouvidos nesta sexta pelo promotor André Cavalcante.

sábado, 7 de maio de 2016

Pastores justiceiros?



Ataques ocorreram após vítima afastar esposa da igreja onde atuava o pastor.
Vítima foi perseguida e baleada. Pastor foi condenado a 20 anos de prisão.
Do G1 PA



Um pastor foi condenado a 20 anos de prisão por tentar matar um homem duas vezes, no mesmo dia. Os crimes ocorreram em julho de 2015, no bairro do Guajará, em Ananindeua, região metropolitana de Belém. A esposa do pastor também foi presa por ter auxiliado o marido nas tentativas de assassinato. As informações foram divulgadas na sexta-feira (6), pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o réu Cleibe Duarte de Oliveira cometeu os ataques após a vítima Genival dos Santos ter afastado a esposa da igreja evangélica onde Cleibe atuava como pastor. Genival alertou a esposa que desconfiava da conduta do pastor, que guardava diversas armas em sua casa. Como a esposa de Genival atendeu o pedido do marido, o acusado teria passado a ameaçar e a perseguir a família da vítima.

O crime

No dia 12 de julho de 2015, Genival andava de bicicleta na rua, quando avistou o acusado e sentiu estar sendo vigiado. Cleibe teria sacado a arma e disparado contra Genival, mas a arma teria falhado. A vítima foi até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência, mas a unidade policial estava em reforma. Quando retornava para casa, percebeu que estava sendo seguido por um carro, onde estava Cleibe. Genival foi baleado nas costas. Mesmo ferido, continuou a pedalar até próximo de sua casa, quando caiu e foi socorrido por vizinhos. A esposa do pastor, Rosa Cristina Loureiro Pimentel, é acusada de ter auxiliado Cleibe nas tentativas de assassinato.

O réu foi preso em flagrante, respondeu a toda a instrução encarcerado, e assim permanecerá.  O julgamento ocorreu no Salão do Tribunal do Júri da referida Comarca, tendo na acusação a promotora de Justiça Lizete Nascimento, e na assistência do réu, o advogado Domingos Pereira. A vítima esteve presente na sessão e reconheceu Cleibe como o autor do crime.

Prisão da esposa

O juiz Márcio Rebello acolheu o pedido do Ministério Público e decretou também a prisão preventiva de Rosa Pimentel, esposa do pastor, acusada de ter auxiliado o marido nas tentativas de assassinato. Ela seria a motorista do veículo usado no crime.

No decreto de prisão preventiva foi cumprida na quinta-feira (5), no plenário do júri, uma vez que Rosa era testemunha de defesa do marido em seu julgamento. O juiz afirmou entender que a conduta de Rosa no processo que apura a responsabilidade de seu marido no crime relativo a Genival “tumultuou o andamento do feito, ameaçou a segurança da instrução criminal e teve o condão de intimidar testemunhas e a vítima”.

Dessa maneira, para evitar que volte a tentar tumultuar a instrução processual em que, agora, é ré, o juiz considerou os argumentos do Ministério Público para prender a acusada. Do Salão do Tribunal do Júri, Rosa foi encaminhada diretamente para o Centro de Reeducação Feminino de Ananindeua.