Pesquisa
usa plantas da Amazônia para produzir larvicida contra o Aedes
- 06/04/2016 05h44
- Brasília
Paula
Laboissière - Repórter da Agência Brasil
Pesquisadores da Universidade
Federal do Amapá investigam o potencial de plantas da Amazônia no controle de
mosquitos vetores no Brasil – em especial, o Aedes aegypti, transmissor
da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika. O estudo analisa extratos
vegetais e óleos essenciais das plantas e sintetiza as chamadas nanoemulsões –
substâncias concentradas e que têm princípios ativos que podem, por exemplo,
matar larvas de mosquito ou afastar picadas de inseto.
Saiba Mais
Em entrevista à Agência Brasil,
o professor do Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde, Raimundo Nonato,
informou que a equipe é composta por aproximadamente dez pessoas – três
profissionais da biologia e sete da área de ciências farmacêuticas. A pesquisa,
segundo ele, está em andamento há pelo menos 12 meses. Recentemente, um artigo
sobre os avanços alcançados pelo grupo foi publicado na revista norte-americana
Plus One.
“Já temos mais de cinco
substâncias que se mostraram extremamente eficientes na atividade larvicida e
que são oriundas de plantas testadas”, disse Nonato. “A prioridade foi dada por
causa da necessidade iminente de desenvolver substâncias que possam colaborar
para o controle das larvas de forma ecologicamente mais correta, causando danos
menores ao meio ambiente”, completou.
Pelo avanço dos trabalhos, a
previsão do pesquisador é de que, com mais um ano de estudo, a equipe consiga
chegar à formulação final desses produtos. Em seguida, inicia-se o processo de
pedido de patente e o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). “Sendo otimista, mais dois anos, no máximo”.
“A Índia, o Paquistão e alguns
grupos de pesquisadores nos Estados Unidos já têm estudos bastante avançados na
produção de repelentes a partir de extratos naturais e óleos vegetais”,
comentou Raimundo Nonato. “A produção, nesses casos, tende a ter um custo
menor, mas não é algo simples de se fazer. Para que se produza um inseticida
natural em grande escala, é necessário dominar técnicas de cultivo e um
conhecimento paralelo da parte agronômica”.
Edição: Graça
Adjuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário