Diferença
entre dengue, Zika e chikungunya é sutil, diz especialista
- 06/03/2016 09h20
- Brasília
Paula
Laboissière – Repórter da Agência Brasil
O mosquito Aedes aegypti é o transmissor das três
viroses Divulgação/Fiocruz
As três viroses que mais assustam
o Brasil no momento – dengue, Zika e chikungunya – são doenças infecciosas
agudas transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti. As
semelhanças não param por aí: todas elas podem provocar febre, dor e manchas
pelo corpo. “A diferença é sutil e o diagnóstico precisa ser clínico e
epidemiológico, levando em conta a situação de infecções naquela localidade”,
explicou a infectologista e epidemiologista Helena Brígida.
Em entrevista à Agência Brasil,
a integrante do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia
destacou que, no caso da dengue, o sintoma de maior destaque é a febre, sempre
alta e de início súbito. Já a característica mais marcante na infecção por
chikungunya são as dores nas articulações, bem mais intensas que nas outras
duas doenças. Por fim, o Zika tem como principal manifestação manchas pelo
corpo bastante avermelhadas e que coçam muito, além de joelhos e tornozelos
inchados.
“A gente tem que perguntar ao
paciente se coça muito, se ele teve febre, se a febre passa quando ele toma
remédio, se há dor nas juntas, se o pé está inchado. Não dá pra dizer logo de
cara o que é. O médico tem que ouvir todo o conjunto de sintomas para definir a
melhor conduta”, destacou. A especialista contou ainda que, em seis horas de
plantão em um único dia, se deparou com quatro casos de Zika em seu
consultório. A colega que atendia na sala ao lado, segundo ela, registrou
outros quatro casos da mesma doença.
A infectologista também ressaltou
que o tratamento para as três doenças é sintomático, ou seja, estabelecido com
base nos sintomas apresentados pelo paciente e não muda diante de um resultado
laboratorial positivo ou negativo. A confirmação por teste, segundo ela, é
importante sobretudo entre gestantes, diante da possível associação de
microcefalia com o vírus Zika, e entre pacientes com quadro de complicações
neurológicas também possivelmente associadas à infecção.
Edição: Denise
Griesinger
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