Vale para projeto Onça Puma no Pará depois de
determinação judicial
publicamos este material para demonstrar o quanto é emblemático a postura cínica e predatória da mineradora VALE. Esta licenciada sim, mas esta poluindo os rios e destruindo o modo de viver e o meio ambiente de tribos indígenas. É algo terrível e, se nao pode ser evitado tem que ser regiamente compensado. A exploração mineral nao tem segunda safra (Paulo, autor do blog).
Depois de
decisão judicial a mineradora Vale paralisou hoje (14) as atividades do projeto
Onça Puma, em Ourilândia do Norte, na região sudeste do Pará. A determinação
considerou a argumentação de ação civil pública do Ministério Público Federal
no Pará (MPF-PA) que relaciona a contaminação do Rio Cateté por metais pesados
à atividade da empresa.
A decisão foi
concedida por liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Segundo o MPF,
casos de má-formação fetal e de doenças graves foram comprovados em três
aldeias Xikrin por estudos que avaliaram os impacto da mineradora na região,
onde vivem cerca de 13 mil indígenas dessa etnia.
A decisão
judicial foi publicada nesta sexta-feira, mas é do dia 6 de agosto. A medida
também ordena que a empresa pague R$ 1 milhão por mês para cada aldeia a fim de
que os indígenas possam estruturar um modo de vida de acordo com as condições
do ambiente provocadas pela operação da empresa.
Segundo a
procuradora da república Luisa Astarita Sangoi, responsável pela ação judicial
do (MPF-PA), a mineradora deveria estar executando projeto de ressarcimento
para as aldeias locais desde que começou o projeto Onça Puma, em 2008.
Em entrevista à
Agência Brasil, a procuradora explicou que a alta concentração de metais
pesados nas águas foi constatada por perícias feitas pela Universidade Federal
do Sul e do Sudeste do Pará. Segundo ela, a perícia aponta que a contaminação
não se deve a fatores naturais.
Luísa explicou
que o problema central da ação civil pública é a falta de compensação pelos
impactos ambientais e culturais na região. “As comunidades ficaram privadas do
seu modo de vida originário, porque inevitavelmente a atividade contamina o rio
e o contato direto com o empreendimento afeta a cultura da comunidade, afasta a
fauna. Então, a pesca a caça e até o modo de ver o mundo é afetado, e isso
deveria estar sendo compensado”.
A Vale informou,
por meio de nota, que ingressou com recurso para restabelecer as atividades da
mina. A mineradora defende que a atividade em Ourilândia está devidamente
licenciada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do
Pará (Semas) e atende a todas as condicionantes estabelecidas pelo órgão.
“Todos os
procedimentos de monitoramento exigidos pela Semas são rotineiramente cumpridos
e encaminhados para o órgão licenciador, sendo que todo o estudo do componente
indígena e implantação do Plano Básico Ambiental (PBA) foi aprovado pela
Fundação Nacional do Índio (Funai), estando a Vale com dificuldades na
implantação das atividades que exigem a participação dos indígenas ou acesso
interno à Terra Indígena, em razão dos mesmos pretenderem repasses
financeiros”, disse em nota.
A empresa ainda
ressalta que o PBA busca implantar medidas que diminuam impactos ambientais,
mas isso não implica em repasse de recursos diretamente para os indígenas e
que, em 2015, repassou R$11 milhões para as aldeias envolvidas a fim de
incentivar ações de saúde, educação, proteção territorial, atividades
produtivas e administração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário