Vale define metas de sustentabilidade e retoma pagamento de
bônus
A mineradora pagou, em 2019, R$
47,46 milhões em remuneração variável, queda de 65% frente a 2018
A Vale definiu metas de sustentabilidade para pagamento de
bônus aos executivos (Pilar Olivares/Reuters)
A mineradora brasileira Vale decidiu incluir metas ambientais, sociais e de
governança como parte da remuneração de longo prazo de seus principais
executivos, além de ter retomado pagamento de bônus aos gestores não envolvidos
em investigações sobre o rompimento da barragem de Brumadinho, Minas Gerais.
Metas de saúde e segurança e de
sustentabilidade responderão por 20% da remuneração variável de longo prazo dos
executivos, enquanto o restante dependerá do retorno total da Vale aos
acionistas na comparação com suas rivais, disse a companhia em documento
divulgado ao mercado neste sábado.
O movimento vem após a reputação
da Vale ter sido impactada pelo desastre de Brumadinho, que matou mais de 270
pessoas.
Como parte da resposta à crise
gerada pelo rompimento, o conselho da Vale decidiu suspender na sequência a
remuneração variável de seus executivos.
“Uma vez que a Vale evolui com o
programa de reparação e a investigação avança, o Conselho retomou os pagamentos
da remuneração variável dos executivos que não estão envolvidos nas
investigações a respeito do rompimento”, afirmou a companhia no documento.
Executivos afastados da companhia
por razões judiciais depois do desastre “devem continuar com sua remuneração
variável de curto e longo prazo suspensa até que todas as investigações e
decisões judiciais sejam oficialmente concluídas”, acrescentou a Vale.
Segundo a empresa, o pagamento de
bônus aos executivo referente a 2019, que ocorre em 2020, “é uma forma de
agradecer e recompensar aqueles que contribuíram e continuam a contribuir para
a Vale”.
Diversos funcionários da Vale
pediram afastamento ou foram afastados a pedido de autoridades após o início de
investigações sobre o desastre, incluindo o ex-presidente Fábio Schvartsman e o
ex-diretor-executivo de Ferrosos e Carvão, Peter Poppinga.
A Vale pagou, em 2019, 47,46
milhões de reais em remuneração variável, com queda de 65% frente a 2018. Mas,
se considerados bônus anual e outros referentes a 2019, mas que serão pagos em
2020, o valor totaliza 77,2 milhões de reais, queda de 42,5% na comparação
anual.
Projeções
Para 2020, a companhia orçou
pagamentos de 100,4 milhões de reais, ou 130,2 milhões se considerados também
os bônus ainda referentes a 2019 que serão quitados neste ano.
Até o ano passado, a remuneração
de longo prazo era totalmente baseada no retorno aos acionistas, embora os
bônus de curto prazo já incluíssem metas de sustentabilidade.